sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Inseto.



Vida de inseto, não é algo de se prezar... Correndo, por entre galhos, fiapos, trilhas escondidas, à prióri trilhadas, meticulozamente programadas, construídas, moldadas, traçadas. Com destino, caminho certo de ida e volta. Caminho seguro, o mais longe possível de perigos, que de uma forma ou de outra, a espreitam numa distância muito próxima e os assustam e amedrontam mais talvez do que seria se jogar direto na chuva, e se molhar. Se esconder, com olhos arregalados, o medo e pavor em toda sua circulação, eletrificando cada ponto da pele, a fazendo estar ligada em adrenalina, em pressão pulsante e explosiva em cada centímetro da superfície. Sentir-se apavorada, em pânico, alerta, suando frio, em choque, ligada 24h em cada centímetro do caminho à frente, e destino à galgar.

Sentir sua pele peluda, nojenta, grudenta, rastejante, repugnante, dura como pedra, tão calejada com as chagas da vida, da evolução que se deu, adaptando-se ao ambiente flagelante, perigoso, venenoso, sujo, fétido. Cores frias por todos seu corpo, antenas para assustar mais ainda a forma já tão feia e ajudar na apuração e especialização de sentidos tão necessários por conta dos inúmeros e excessivos perigos que a mantém ligada em sua volta.

As patas fazem barulho no chão, grudando por entre as articulações e fazendo barulhos, estalares lubrificados pela força que se criou com o tempo, de sua carne calejada, suja, prevenida de todos os intemperes da vida. Imune a todas as doenças.

Corpo duro, rígido, tenso, preso, enclausurado, forte, resistente.

Não teme a morte, tão perto e tão pouco infertal e triste quanto sua existência. 

Pequeno, com objetivos primitivos, tão duros quanto o ambiente apertado do contexto de sua vida, pequenez, o destino, do instinto à sobrevivência. Tantas são as amarras que levam a ignorância. Somente um sonho possível: sobreviver.

Um produto do meio.

Podem ser destruídas num único pisão, voluntários ou sem querer, vista com descaso, ou nem vista. Ser ignorada, ser humilhada, não ser nada. Podendo ser tudo, quando odiada, ou poder ser nada, quando não amada.

Árvores que parecem tão convidativas, ninhos do amor, do calor, da segurança, sua fortaleza. Esta pode ser invadida, ser traiçoeira, ou mesma nela, possuir membros que o abominam, e almejam aniquilá-lo.

Essa vida de inseto, correr, se esgueirar entre as paredes, perder hemolinfa por entre esbarrões desapercebidos ou desastrados, que tiram-lhe fagulhas de vida e dor.

Como uma barata, ser almejada morta, destroçada. Esmagada, ter prazer sádico e até psicótico nisso, ter ansiedade por matá-las, perseguí-las, estinguí-las, detetizá-las. Ter nojo, rir por sua agonia e ainda rejeitar como a carne tão morta quanto a de um porco o boi que tanto sofreu e tanto morreu, tantas vezes por infinitas facadas e ferimentos constantes, mortes lentas, das quais parece que morreu diversas vezes. É como ter muitas vidas, e no fim, ainda continuar nela. É como deitar e não conseguir dormir, por diversas noites, e ainda sim se tocar de que a realidade não muda, não mudou e não vai mudar. Essa ansiedade, desespero, loucura, raiva, tristeza...

As mesmas caras, as mesmas situações, o tédio. A agonia, a ansiedade e desespero que o padecem. O descrédito, a desilusão. A desesperança.

Amar, e ser meio amada. Amar e estar em dúvida se é amada. Ser amada dúbiamente, ser rejeitada. Ser insuficiente, ser errada, ser forçada a ser amada. Ser deficiente, ser diferente.

Ser rejeitada, odiada, ser de um mundo injusto. Ser para sofrer. Ser para ser odiada. Ser para desejarem que não exista. Ser para não ser, para desejar estar em outro mundo.

Ser de outro mundo, e estar no mundo errado...

domingo, 13 de novembro de 2011

Medo.


Por que eu sou assim...

Por que sou tão intensa, vivo a vida sempre no limiar, o que é esta ansiedade que me come por dentro dilacerando os fiapos e deixando no que resta só o pó, que se dilui na água que escorre dos meus olhos, e de uma forma, assim me faz ficar mais leve...

Por que essa paixão tremenda, obtusa, por que este agarramento aos fatos, aos sentimentos, às coisas, às pessoas, por que essa necessidade, por que essa naturalidade, em mim, que tanto me dói.

Por que essa dúvida, por que esse descrédito.

Por que essa preocupação, por que o mundo é tão áspero.

Por que está tão difícil pra mim... vivo rastejando sempre, sem um plano liso, que me faça planar. Vivo esfolando minha pele contra os espinhos de meu próprio solo, um campo infinito, não tenho pra onde correr.

POR QUE ESSE MEDO.

POR QUE SOU ASSIM?!?

domingo, 9 de outubro de 2011

Deixe As Chamas Começarem.



Que vergonha nós nos tornamos coisas tão frágeis e despedaçadas.
Da lembrança só sobrou
Apenas uma minúscula faísca.
Eu dei todo o meu oxigênio
Para deixar as chamas começarem, então deixe as chamas começarem
Oh glória, oh glória


É assim que vamos dançar quando
Quando eles tentarem nos desanimar
É assim que vai ser (Oh, glória)


Em algum lugar a fraqueza é a nossa força
E eu vou morrer procurando por isso
Eu não posso me arrepender
Por tanto egoísmo
Minha dor e todos os problemas causados
Não importa o quanto durem
Eu acredito que exista esperança
Enterrada por baixo de tudo
E se escondendo embaixo de tudo e
Crescendo por baixo de tudo


É assim que dançaremos quando
quando eles tentarem nos pôr pra baixo
É assim que nós vamos cantar(oh)
É assim que ficaremos quando
queimarem nossas casas
É assim que vai ser, oh glória


Alcançando conforme eu afundo na luz.


É assim que dançaremos quando
quando eles tentarem nos pôr pra baixo
E assim que nós vamos cantar(oh)
É assim que ficaremos quando
queimarem nossas casas
É assim que vai ser, oh glória.

Let The Flames Begin - Paramore

A música fala por si.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pesadelo.



O que é esta vida se não um eterno sonho? O que é esta vida se não ilusão, filtros, membranas, das quais intermediam coisas vivas, pequenas, microscópicas, que do nada, de algum lugar, de onde não se sabe nem de onde vem, dão um sentido as coisas, que não se sabem por que existem.

Essa eterna conexão, que sim, essa sim, se faz real. Aaa... a conexão, eterna conexão com o mundo, que me faz sentir pendurada por cada fio de cabelo, como se todos pudessem aguentar toneladas sem arrebentar. Tamanho peso sobre nossas cabeças, tamanha rede com o mundo, tamanha sensibilidade.

Por que acreditamos em algo que não passa de visão, de imagem, de criação? Por que a vida é tão real, convincente, e ao mesmo tempo, tão traiçoeira? Para que esse jogo, essa prova com nossos sentidos, até o nossos limites, se acreditamos ou não no que nos é mostrado e oferecido? Alentos, encantadoras e sedutoras mãos da vida, que nos convidam aos mais escuros becos, onde destes, distinguimos todas as formas, mas perdemos em sua essencia.

Dor... fagulha, penetrante, ponta afiada, rasga a pele, e a coloca do avesso, sinto toda a carne crua ardente ao léu. Sinto toda a porção de vida e sensibilidade, realidade, penetrar por entre seus espaços vivos, quentes, puros, macios, fracos, agonizantes. O vento vem com a chuva, para terminar a desgraça, arranca da pele mais sangue, que já do avesso, começa a trincar, sentir os efeitos diretos do tempo, começa a ressecar, formar deformações, tecidos de cicratrização por cima, umidece a dissolve a vida, nos tecidos despedaçados, se não deveras e em breve mortos, sem função ou sensibilidade alguma. O frio termina de selar o que ainda havia de próprio no sujeito, antes chamado de ser. O calor e qualquer fonte original, se perdem no infinito da eternidade. Chega a morte, e depois, o nada.

Vamos explorar, vamos ver o que tem dentro. Vamos arrancar as árvores, abrir caminhos, que tanto vão custar para nossa vida, que tanto irão nos fazer sangrar, que tanto nos farão sentir viva, mas ao mesmo tempo, morta. O que é a vida se não o nada? O nada é a oposição do que é real, e na vida tudo pode ser, assim como o nada, e o não ser, pode também ser, e no fim, só sobram retalhos, encaixes, partes que os contróem, que os preenxem. Mas desses partes que meramente se encaixam, ou brigam fortuitamente violentamente por uma formação mal feita, e acabam saindo mais retalhadas ou deformadas que pudera antes.

O que é a vida, se não o vazio...

O que é a vida, se não um pesadelo...

sábado, 1 de outubro de 2011

Nú.

    


     A realidade é como um arco íris, está ali, oculto, mas por entre certos fatores, fenômenos, pedaços, ele se constrói, e se faz do nada, o mágico, a verdade. A revelação. Se faz presente, real, mesmo que cego por vezes, mas sempre vivo e passível de ser visto, diante dos encaixes certos, num piscar de olhos.

     A escuridão recebe uma luz, e ao invés de mais iluminada, esta é tão intensa que o cega por sua vez, e acaba o deixando na mão novamente. Esta é tão forte, que ao invés de lhe dar clarividência, o entorna novamente em um redemoinho de cegueira e confusão. Desilusão. Maturidade. Sofrimento. A inocência se esvai com a correnteza constante, desses rios de água que assim como podem descer e limpar purificando uma maçã, o rosto, também desgasta, como até o faria a uma pedra.

A realidade é tão nua e áspera, como posso não sentí-la.

O chão se abre, o sólido vira lama.

     Porém, no meio da luz, e da constante escuridão, acostuma-se. O olho da alma se acostuma com sua presença e variações, e passa a ver tudo novamente, mesmo que timbrado em outras cores. Tons avermelhados, pretos e azuis o fazem se castigar de intensa agonia.

     Mas vejo o branco... E este me permite, enchergar tudo com finalmente suas cores, reais, sem filtros, vibrantes cores, vibrante luz.

Afaga-me a clarividência. Grande se faz, e grande clarividência.

  • Stabat Mater - Vivian Fróes (contralto), Verushka Mainhard (piano) e Louise Monet (Soprano)
http://www.4shared.com/audio/7VuJO6oE/Stabat_Mater_-_Vivian_Fres_Ver.html

Letra:

"Stabat Mater dolorosa
Juksta Crucem Lacrimosa
dum pendebat Filius"

Tradução:

"A mãe estava sofrendo chorando ao lado da cruz
Enquanto seu filho estava pendurado"

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Filetes.



Por que a felicidade vem em prestações? Por que meras esmolas, filetes, que como uma gota d'água esparramada dura tão pouco antes de rapidamente evaporar. Esse desencontro repentino, arranca da carne mais gotas, que virão por evaporar também, porém muito mais lenta, por vir em cachoeiras. Por vir em tanta quantidade e tão rapidamente.

Por que após uma alma plena, que como se tivesse saído ao sol ínfimas vezes em anos e finalmente tivesse se banhado ao calor da luz do dia, tão repentinamente passa a ser recobrir novamente de longas e infindáveis tempestades que às recobrem na solidão e negritude novamente?

Por que estamos sempre no limiar, por que essa masturbação covarde com nossa alma?

Nossos sentimentos são varridos em vendavais de areia que cortam a pele retirando tudo que havia se construído por cima das antigas feridas, colocando em evidência novamente, exposta, as mais profundas camadas do passado. A idade se mostra evidente.

O vento vem junto, varrendo tudo que entrou em ordem, esfriando a pele sem piedade. Derrubando tudo que havia sido rearranjado criteriozamente em seu devido lugar.

A confusão, o redemoinho, o tornado, tão familiar. Volto à minha origem,

me sinto em casa...


domingo, 7 de agosto de 2011

Coragem.



Os dois eixos se encontram. A felicidade e nossa busca selam-se em um contrato mágico. Este encontro foi tão repentino, tão forte, tão ardente. Dois eixos que pareciam indissociáveis, mas estavam perdidos como olhos cegos, em que ambos não se encontram. A dor da dúvida, da história tão grande que se está por vir pela frente. Ameaçadora, uma tsunami, por enquanto ainda se mostra retraída, como que preparando o bote. Quando estas águas vierem, não sei quem vai ter coragem de estar ali para ver, pois pelo menos eu, mesmo que sozinha, estarei ali de frente, jogada de cabeça, de cara.


O perigo é tão grande, surgem sentimentos tão assustadores, que nunca fui capaz de acreditar que pudessem existir. Encrustados em nossa alma.


Coexistem com este plano da Terra, monstros, medos, fluídos negros, em mundos paralelos, desconhecidos, assustadores. Sua força é brutal e tão negativa, te puxam para o abismo em ponto cego, mas que estava apenas a palmos de distância. Por nunca tê-lo visto, nunca precisei me equilibrar, mas ele estava ali, tão perto, raspando, ali quase como que encarando lhe seduzindo para um tropeço, para uma queda infinita.


Mas a luz sempre se mostra mais forte, está presente nas coisas, e mesmo que contaminada por doenças, que as recobrem como algas sufocando plantas em um lago antigo e imóvel, a energia se conserva debaixo da pele, carregando vida, vitalidade, cores vermelhas, tão vivas e que tão naturalmente quanto a certeza do infalível destino, lutam para viver em seus instintos de sobrevivência. Essa luz que se move, traz calor, e movimenta todos os fenômenos e espíritos dos mundos, como princípio único, formadora da evolução. Pra frente seguimos, mesmo que por debaixo de tempestades, ainda assim incontrolável.


Vem a vida, sinto em minha pele, mesmo que tão delicada, tão medrosa e sensível, me rasga, me faz brotar cachoeiras de águas puras em meu vitral da visão. Me faça o seu prisma. Comece a penetrar, atravessar cruelmente sem dó, a alma de minha felicidade, covardemente. Sinto o prazer da dor.


A vida vem tão linda e atraente, disfarçada por belas máscaras em faces de diabo, e me faz arder em chamas. Ó vida tão bela, e para isso, tão sofrida, sentida, e por tal, VIVA.


Também vai uma outra linda que me inspirei aqui, que não é minha composição:

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Esperança.



Esperança... Essa grande amiga que tanto me afaga, que tanto me conforta, me recebe como graciosas mãos divinas, e nela embarco em um sono profundo, com sensação de eterno.

A luz dela é tão forte que impede que até a escuridão total se dissipe sobre ela.

Esta corre os mais diversos cantos que ainda a resta, impede que o mau entre como fiapos, afiado, penetrando em sua alva e tão delicada membrana. Tão inocente, delicada membrana. Tão pura, autosuficiente, tão cheia de vida, ao mesmo tempo, tão sozinha.

Porém sempre forte, tão intensa como é radiante. Uma super nova, que me persegue em todos os momentos em todos os instantes. 

Ela agora me recobre como um manto de uma mãe divinizada, que irá começar o ninar de um filho para a eternidade, com o mesmo carinho, sutileza, dos cuidados do amor materno.

Ai minha dor divina, minha constante luz, me penetra e entre com todo o seu calor por debaixo de meu substrato, me preenxa por inteira e me leve consigo, pois estou aqui, nua e crua.

Minha eterna e grata servidão.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Apnéia.



As águas continuam tão turvas, densas, que fazem a qualquer ser se perder, até os que na água vivem. Mas me sinto pior, como um ser terrestre, tentando nadar em águas profundas, se afogando sem piedade.

Parecem que os astros desalinharam como uma tempestade, uma reviravolta natural, que não se sabe para onde vai. As razões: muitas, por todos os lados, pressionando a vida de forma que esta fique enclausurada. Imobilizada numa tumba de cimento, com apenas um pequeno espaço de distância entre a pele e o maciço e áspero concreto.

Esta tenta sair apavorada, se arranha no cimento, se rala, sangra na superfície áspera, mas nada do que faça e nem a maior força que seja capaz de gerar é suficiente para quebrar este casulo de pedra.

Invencível.

Se dá por vencida. Agora só resta a dúvida e constante ansiedade, tensão, rezando para que algo caia do céu, como uma divina graça, e a salve dali antes que seja tarde. Mas no lugar de uma luz, caíram maremotos, blocos de pedra, lixo e esgoto do mais exdrúxulo, nojento, ruim e grotesco que se possa imaginar. Sobre o que já era uma tortura, agoniza agora sob o peso do céu inteiro caindo por terra.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Trem


O sentimento antes vigente agora se apodera de uma viagem constante, de um vento, de um movimento ao longe, para um incerto destino. Um trem sem rumo, sem trilhos, que só vai, e para frente seguirá.

O fim é certo, e para lá caminha, agora silencioso, como se fosse movido por anjos, sem motor nem engrenagens. A tensão muda envolve o trem como se fosse uma nuvem, e o carrega de forma graciosa e assombrosa pelo espaço vazio.

As incertezas permanecem, mas a inabalável certeza do rumo não se perde. O vazio, se acostumou. O sangue, ainda derrama. Uso e produzo ainda o calor, o qual move e partilha quem é vivo. A luta desanda, descarrilha, mas caminha.


http://www.4shared.com/audio/3iaAczvg/My_Immortal_-_Evanescence_cove.html

domingo, 3 de julho de 2011

Respiro.




Respiro. E a cada momento, que respiro, esta própria, me preenche, mas ao mesmo tempo, me mata. É doloroso sentir o ar entrando como canivetes, como facas que a cada segundo fazem você sangrar, te deixando com uma sensação de dúvida quanto ao que será no futuro, se vai resistir muito tempo. O ar desce arranhando, assim como o tempo, prendendo minha boca, minhas ações e flagelando meus sentimentos. O futuro se torna cada vez mais distante e a o presente cada vez mais perto. A sensação de estar viva, se torna constante, real e dolorosa.

A vida se mostra tão ameaçadora, o casulo tem se mostrado tão aconchegante, porém tão opressivo e sufocante como estar preso em uma caverna, só que não por acidente, e sim por circunstâncias. A solidão não me é algo estranho, mas não posso esconder o gosto amargo que esta causa. Acho que dentre todos os gostos, tanto apimentados, salgados, doces demais, azedos, o amargo é o único que nunca é tragável ao ser humano, não se agrada. O amargo, somente se acostuma e com o tempo, passamos a nem sentí-lo. Mas estará ali, sempre sendo o que é, fazendo seu estrago. Assim como a felicidade, para tal ser sentida, precisa ter o gosto da prova do que é a dor, a tristeza, para assim considerarmos, compararmos e desfrutarmos de tamanho prazer. Assim como o tamanho das coisas só se dá através da comparação, desde seres, até mundos, planetas, estrelas, átomos, células, o gosto do amargo se faz acostumar, com a ausência do contraste.

Impotência, tristeza e intensidade de sentimentos lhe prendem com tamanha rigidez e densidade, lhe esmagam, lhe afogam.

Assim como a água corre o fluxo, a vida segue naturalmente, como deve ser, nos altos e baixos, caminhos com os quais sempre terá de passar, para alcançar o comum. O comum tão procurado por todos, a felicidade tão querida, mas para só esmeros desfrutá-la. Eu sou uma delas, e apesar de tudo que posso vir a passar, a ter que derrubar, com as próprias mãos, sujá-las com meu próprio sangue, nunca vai ser o bastante para ser. Existir. Isso, é o mínimo, o natural, o inviolável. Meu ser, meu presente. Meus objetivos, lutas, e alcançadas vitórias.

Assim corre a vida, no compasso incessante, de energias se tocando, misturando, complexos se interagindo, se fundindo, matérias com gosto, cheiro, forma, textura, cor, se entrelaçando, num rio, que com a gravidade, caminha sozinho, para sempre desembocar, mas nunca ficar parado. Como o amazonas, não um rio perene.


OBS.: Vou deixar sempre embaixo de minhas publicações um link com uma música minha de composições momentâneas que eu realizar no teclado ou piano relacionadas aos meus sentimentos. Sempre em cada post vai ter um link pro 4shared para a gravação se quiserem baixar e apreciar meu trabalho e composição. Obrigada!



http://www.4shared.com/audio/Hi3b93t1/Fim_dos_Tempos_-_Vivian_Fres_-.html



Vivian Fróes