sábado, 2 de março de 2013

Carece.



Carece o vermelho, aquilo que lhe envolve, é intrasigente, lhe aquece. Carece o sol, seus raios fortes e sua luz inevitável. Carece o sangue, o alimento que corre as veias lhe transformando raízes e galhos em uma árvore e dando vida à alma. Carece o perigo, aquele que faz lhe viciar pela mais frutífera das sensações. Carece a visão, aquela que lhe permite abrir os portais à sua volta. Carecem as curas, das feridas que matam e ao mesmo tempo fortalecem. Carece a razão, aquela que lhe dá um destino não se importando com o resultado das escolhas. Carece a falta, a partir do momento que não se tem. O maior dos vazios não é daquilo que lhe foi tirado, mas daquilo que nunca teve. Carece a si mesmo a partir do momento que não há o outro. Carece o amor. Carece aquilo que não carece, e você lembra que ainda há muito a viver... Carece não cair na tentação, em redemoinhos profundos e possantes que não lhe permitem um passo sequer, atraíndo-lhes para seus tentáculos com lindas cores vivas, porém venenosas.