domingo, 9 de outubro de 2011

Deixe As Chamas Começarem.



Que vergonha nós nos tornamos coisas tão frágeis e despedaçadas.
Da lembrança só sobrou
Apenas uma minúscula faísca.
Eu dei todo o meu oxigênio
Para deixar as chamas começarem, então deixe as chamas começarem
Oh glória, oh glória


É assim que vamos dançar quando
Quando eles tentarem nos desanimar
É assim que vai ser (Oh, glória)


Em algum lugar a fraqueza é a nossa força
E eu vou morrer procurando por isso
Eu não posso me arrepender
Por tanto egoísmo
Minha dor e todos os problemas causados
Não importa o quanto durem
Eu acredito que exista esperança
Enterrada por baixo de tudo
E se escondendo embaixo de tudo e
Crescendo por baixo de tudo


É assim que dançaremos quando
quando eles tentarem nos pôr pra baixo
É assim que nós vamos cantar(oh)
É assim que ficaremos quando
queimarem nossas casas
É assim que vai ser, oh glória


Alcançando conforme eu afundo na luz.


É assim que dançaremos quando
quando eles tentarem nos pôr pra baixo
E assim que nós vamos cantar(oh)
É assim que ficaremos quando
queimarem nossas casas
É assim que vai ser, oh glória.

Let The Flames Begin - Paramore

A música fala por si.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pesadelo.



O que é esta vida se não um eterno sonho? O que é esta vida se não ilusão, filtros, membranas, das quais intermediam coisas vivas, pequenas, microscópicas, que do nada, de algum lugar, de onde não se sabe nem de onde vem, dão um sentido as coisas, que não se sabem por que existem.

Essa eterna conexão, que sim, essa sim, se faz real. Aaa... a conexão, eterna conexão com o mundo, que me faz sentir pendurada por cada fio de cabelo, como se todos pudessem aguentar toneladas sem arrebentar. Tamanho peso sobre nossas cabeças, tamanha rede com o mundo, tamanha sensibilidade.

Por que acreditamos em algo que não passa de visão, de imagem, de criação? Por que a vida é tão real, convincente, e ao mesmo tempo, tão traiçoeira? Para que esse jogo, essa prova com nossos sentidos, até o nossos limites, se acreditamos ou não no que nos é mostrado e oferecido? Alentos, encantadoras e sedutoras mãos da vida, que nos convidam aos mais escuros becos, onde destes, distinguimos todas as formas, mas perdemos em sua essencia.

Dor... fagulha, penetrante, ponta afiada, rasga a pele, e a coloca do avesso, sinto toda a carne crua ardente ao léu. Sinto toda a porção de vida e sensibilidade, realidade, penetrar por entre seus espaços vivos, quentes, puros, macios, fracos, agonizantes. O vento vem com a chuva, para terminar a desgraça, arranca da pele mais sangue, que já do avesso, começa a trincar, sentir os efeitos diretos do tempo, começa a ressecar, formar deformações, tecidos de cicratrização por cima, umidece a dissolve a vida, nos tecidos despedaçados, se não deveras e em breve mortos, sem função ou sensibilidade alguma. O frio termina de selar o que ainda havia de próprio no sujeito, antes chamado de ser. O calor e qualquer fonte original, se perdem no infinito da eternidade. Chega a morte, e depois, o nada.

Vamos explorar, vamos ver o que tem dentro. Vamos arrancar as árvores, abrir caminhos, que tanto vão custar para nossa vida, que tanto irão nos fazer sangrar, que tanto nos farão sentir viva, mas ao mesmo tempo, morta. O que é a vida se não o nada? O nada é a oposição do que é real, e na vida tudo pode ser, assim como o nada, e o não ser, pode também ser, e no fim, só sobram retalhos, encaixes, partes que os contróem, que os preenxem. Mas desses partes que meramente se encaixam, ou brigam fortuitamente violentamente por uma formação mal feita, e acabam saindo mais retalhadas ou deformadas que pudera antes.

O que é a vida, se não o vazio...

O que é a vida, se não um pesadelo...

sábado, 1 de outubro de 2011

Nú.

    


     A realidade é como um arco íris, está ali, oculto, mas por entre certos fatores, fenômenos, pedaços, ele se constrói, e se faz do nada, o mágico, a verdade. A revelação. Se faz presente, real, mesmo que cego por vezes, mas sempre vivo e passível de ser visto, diante dos encaixes certos, num piscar de olhos.

     A escuridão recebe uma luz, e ao invés de mais iluminada, esta é tão intensa que o cega por sua vez, e acaba o deixando na mão novamente. Esta é tão forte, que ao invés de lhe dar clarividência, o entorna novamente em um redemoinho de cegueira e confusão. Desilusão. Maturidade. Sofrimento. A inocência se esvai com a correnteza constante, desses rios de água que assim como podem descer e limpar purificando uma maçã, o rosto, também desgasta, como até o faria a uma pedra.

A realidade é tão nua e áspera, como posso não sentí-la.

O chão se abre, o sólido vira lama.

     Porém, no meio da luz, e da constante escuridão, acostuma-se. O olho da alma se acostuma com sua presença e variações, e passa a ver tudo novamente, mesmo que timbrado em outras cores. Tons avermelhados, pretos e azuis o fazem se castigar de intensa agonia.

     Mas vejo o branco... E este me permite, enchergar tudo com finalmente suas cores, reais, sem filtros, vibrantes cores, vibrante luz.

Afaga-me a clarividência. Grande se faz, e grande clarividência.

  • Stabat Mater - Vivian Fróes (contralto), Verushka Mainhard (piano) e Louise Monet (Soprano)
http://www.4shared.com/audio/7VuJO6oE/Stabat_Mater_-_Vivian_Fres_Ver.html

Letra:

"Stabat Mater dolorosa
Juksta Crucem Lacrimosa
dum pendebat Filius"

Tradução:

"A mãe estava sofrendo chorando ao lado da cruz
Enquanto seu filho estava pendurado"