sábado, 1 de outubro de 2011

Nú.

    


     A realidade é como um arco íris, está ali, oculto, mas por entre certos fatores, fenômenos, pedaços, ele se constrói, e se faz do nada, o mágico, a verdade. A revelação. Se faz presente, real, mesmo que cego por vezes, mas sempre vivo e passível de ser visto, diante dos encaixes certos, num piscar de olhos.

     A escuridão recebe uma luz, e ao invés de mais iluminada, esta é tão intensa que o cega por sua vez, e acaba o deixando na mão novamente. Esta é tão forte, que ao invés de lhe dar clarividência, o entorna novamente em um redemoinho de cegueira e confusão. Desilusão. Maturidade. Sofrimento. A inocência se esvai com a correnteza constante, desses rios de água que assim como podem descer e limpar purificando uma maçã, o rosto, também desgasta, como até o faria a uma pedra.

A realidade é tão nua e áspera, como posso não sentí-la.

O chão se abre, o sólido vira lama.

     Porém, no meio da luz, e da constante escuridão, acostuma-se. O olho da alma se acostuma com sua presença e variações, e passa a ver tudo novamente, mesmo que timbrado em outras cores. Tons avermelhados, pretos e azuis o fazem se castigar de intensa agonia.

     Mas vejo o branco... E este me permite, enchergar tudo com finalmente suas cores, reais, sem filtros, vibrantes cores, vibrante luz.

Afaga-me a clarividência. Grande se faz, e grande clarividência.

  • Stabat Mater - Vivian Fróes (contralto), Verushka Mainhard (piano) e Louise Monet (Soprano)
http://www.4shared.com/audio/7VuJO6oE/Stabat_Mater_-_Vivian_Fres_Ver.html

Letra:

"Stabat Mater dolorosa
Juksta Crucem Lacrimosa
dum pendebat Filius"

Tradução:

"A mãe estava sofrendo chorando ao lado da cruz
Enquanto seu filho estava pendurado"

Um comentário:

  1. Blogueira!

    Pega o link do meu: http://especulante.blogspot.com/
    - Ramir

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