sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Demais


Como é difícil...

Uma dor me dilecera por dentro, afastando todos os meus órgãos, desgrudando todos os ligamentos.

Uma dor alucinante toma conta de meu abdomen, e outra enlouquecedora de meu cérebro.

Como é difícil ser alma, como é difícil ser o que sou,

como é difícil ser desse mundo, como é difícil ser fora dos padrões,

como é difícil ser eu...

Num piscar de olhos o mundo tão colorido, alegre, feliz, empolgante, vira um pesadelo. Decepção, rejeição, profunda angústia e perda tomam conta de cada filamento enraizamento do meu corpo.

Um medo colossal me toma conta. Como se estivesse em queda livre o chão desaparece e caio no buraco mais fundo, sombrio, mórbido, úmido, asfixiante, impenetrante, árido, áspero, triste e confuso da minha vida.

O mundo fica cinza, momentos que seriam perfeitos aos olhos de qualquer ser em um estado normal, se tornam sujos, cheios de pó, embaçados... Tão distantes de mim, me sinto sobrevoar... Não absorvo nada... Me sinto tão triste quanto uma pedra...

Funções se agridem, nada trabalha mais como no conforme.

Tudo fica doído, confuso, emaranhado. Tropeço, tropeço, tropeço, e me machuco demais.

Respirar se torna uma tarefa ardorosa e asfixiante, pois a sensação de realidade e conformes parece ter se descolado, me sinto num matrix, num mundo que não pertenço. Me sinto planando numa realidade que não parece real, não parece ser minha... Tão sofrida.....

É asfixiante o ar que entra que no fim, mesmo respirando, sempre parece que me falta.

Falta alguma coisa,

falta o som da música,

falta algo, o que está me matando,

falta o vital,

falta algo que parece tudo,

falta a felicidade...

Falta a autoestima, falta a sensação de normalidade, falta a sensação de pertencimento, falta a alegria, falta o amor, falta a vontade de viver...

Mas falta a vontade de morrer...

Um buraco me preenxe, e me sinto caindo, eternamente, perdida num tornado fundo, fundo, fundo, infinito.

Vazio...

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