segunda-feira, 15 de julho de 2013

Metamorfose.



A mutação lhe toma por completo, percorre as veias preenxendo o sangue da vida com uma substância transformadora, intensa. Lentamente, vai tomando cada ponto do seu corpo, enraizando sua contaminação crescente da mais potente substância. Aos poucos, você se vê mudando.

Lento e doloroso é este processo, como uma doença, o corpo luta para restabelecer o usual, o equilíbrio normal, a constância. Mas não há mais outra saída, por graça só há um caminho a seguir, e apesar de não ser fácil, valerá tanto quanto o esforço que foi feito.


Ponta de pensamento, torno-me ciente das mais profundas engrenagens do cérebro, tento assumir as rédeas deste indomável cavalo, firme, feroz e convicto, por um tempo, me carrega pendurada.


Com as energias da natureza, tento mudar o cerne da reação, do príncipio da ação e consequência, como nos antagonismos de Aristóteles, os quais são a força criadora de tudo que há no universo. Cria-se a partir dos opostos, nesta luta pelo poder, um acaba cedendo.


Passo a entender seus segredos, seus atalhos e sutilezas, corpo que se despe, torna-se nú, porém coberto. Antes a mercê, agora por uma boa causa. Controla-se. Pelos lençóis da vista, observa-se, zela pela matéria prima do que lhe constitui. Cuida.


Melhora. Se torna poderosa, mais forte, decidida, madura.


Abre as asas, e começa a ver e sentir o frescor da plenitude e do prazer de desfrutá-la, doce ilusão, agora se faz tão mais saborosa e real. Viva cores, colore e respladece tudo a volta.


Nasce, renasce, a flor no cimento.


Cresce.






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